#ITCLOSET: Ingrid Silva e sua conquista que se tornou nossa alegria

05/11/2019


Sei que muitos não conseguem entender a força e significância que tem algo como o que Ingrid Silva conquistou. Todos nós sabemos que o balé existe há séculos, faz poucos anos que começaram a ser fabricadas sapatilhas em tons de marrom e bronze para bailarinas negras. Um detalhe que mostra a pouca diversidade racial existente nessa arte. Para Ingrid que é integrante do Dance Theatre do Harlem, em Nova York, estrear um par de sapatilhas que ela mesma não tenha precisado pintar foi uma notícia digna de compartilhar na sua conta do Twitter.



"Elas chegaram! Pelos últimos 11 anos, eu sempre pintei a minha sapatilha. E finalmente não vou ter mais que fazer isso! Finalmente", comentou Ingrid numa mensagem publicada no último sábado. "É uma sensação de dever cumprido, de revolução feita, viva a diversidade no mundo da dança. E que avanço, viu, demorou mas chegou!"



Vimos em suas redes algumas das sapatilhas de ponta que ela mesma pintou. Isso mesmo. ELA PINTOU. Ingrid sempre se recusou a usar aquelas caramelos que todos nós sabemos que é o tom mais "escuro" para sapatilhas de ponta. Militante? MUITO. Cada pote de tinta que ela usava para PINTAR suas sapatilhas rosadas ou caramelo custava cerca de cerca de 48 reais, o que não precisa fazer contas para entender o quanto esse gasto era absurdo para só ter uma sapatilha "nude negra", sem contar o tempo que ela gastava pintando à mão, que Ingrid assumiu durante mais de uma década, como ela informou na mensagem. Além de reivindicar a sua cor de pele, essas bailarinas pintam suas sapatilhas para que a mudança cromática não quebre a linha de sua perna - nesse caso, um instrumento de trabalho. Empresas têxteis e marcas de sapatos e roupas de dança como a britânica Freed of London (em 2018) e a norte-americana Gaynor Minden (no início de 2019) começaram a fabricar outros tons de sapatilha.


Quem é Ingrid Silva?


Ingrid Silva, de 30 anos, criada em favelas do Rio de Janeiro, começou a dançar aos oito graças ao projeto social Dançando para Não Dançar. Desde 1995, a organização ajuda meninas das comunidades carentes da cidade para que recebam uma formação profissional e uma rede de apoio social.
A bailarina se especializou em dança clássica afro-brasileira e agora triunfa na companhia Dance Theatre do Harlem de Nova York. Colabora também com as Nações Unidas para promover a igualdade de oportunidades na educação. Ingrid também é a fundadora da EmpowHerNY, uma plataforma colaborativa que conecta mulheres através da Internet, criando espaços para que elas possam compartilhar experiências, além de promover a diversidade e o empoderamento.

Criado por Edhie Colucci - Editor Chefe
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